VERSOS DA MEIA-NOITE
Minha Nossa Senhora dos Poetas Malditos
trazei a este recinto a poesia
redentora
o verso da salvação
profana
a palavra da libertação
insana
vem,
vem poesia
desaba sobre estas cabeças
tua inspiração
divina
rasga a atmosfera
com teu raio
palavra
acende a noite com faíscas falas
aterrisa estrela de verso
brilhante
no alvo
alma
destes corações abertos
vem,
vem minha Nossa Senhora da Palavra Ôrganica
vem sem piedade
acorda a cidade
desse pesadêlo de realidade
vem,
que aqui todos estão
despertos
impregnados de
delírios
te saudam com uivos e gritos
dionisíacos
salve a poesia maldita!
salve os animais errantes da lapa!
salve a palavra orgânica nas entranhas!
vem poesia flamejante
todos aqui ardem em ânsias por esta chama
explode o coração de quem não ama
paralisa a ignorância
fulmina de fogo os invejosos
os medíocres
que não enxergam a beleza
de uma flor
de um verso
de um olhar
de um gesto
e os que não enxergam nada
nada nada nada
por favor partam em retirada
em silêncio
e percam-se em silêncio
no meio da multidão
pelos arcos da babel caótica
porque aqui
o que reina é a palavra livre
em busca do entendimento
poesia para ouvidos atentos
e tudo o que está dentro dela
um infinito mundo de beleza
e fúria
e desejo
e sensibilidade
pulsando respirando
saltando pelos olhos
descendo pelas paredes
rolando pelo chão
aprenda a escutar para poder ser ouvido
porque a palavra é açoite
nos versos da meia-noiteGean Queiroz
Monday, October 16, 2006
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