Tuesday, February 27, 2007

ART FAST FOOD

Uma cascata de guarda-chuvas desaba do céu, e eu me molho inteiro na alma, enquanto a cidade de açucar se espalha em amarga doçura.
Ferramentas descontroem a realidade, oficina de loucas visões de imagens devoradas pelo sistema.
Pensadores amordaçados nas estantes, revolucionárias idéias nas prateleiras dos açougues imaginários cravados a ferro nas paredes do crânio.
Vestir a plástica deformada pelas novas tendências importadas da semana da moda de plutão e desnudar o espectro de um futuro insano.
Interferir no presente com a mescla dos tempos, ignorando o progresso descontrolado, a caça as bruxas, os conflitos religiosos e os planos mirabolantes de conquistas do universo promovidos pelas organizações criminosas dos cartoons e pelos inimigos de 007.
O cenário gira em torno da paisagem, e a plataforma de sonhos impossíveis ergue-se no vazio.
Restos de fantasias, alegorias da destruição, rituais de desorientação em massa nas salas de reuniões dos artpolíticos reacionários.
Enormes formas alternativas de vida formam-se na mente do artista em desespero escapista.
O sistema industrial da selva de pedra, ainda selvagem, consequência da revolução do desasatre inevitável, tenta inutilmente unir os opostos em barreiras intransponíveis.
Ícones do inferno dançam em nuvens de arame, exibindo seus corpos deformados por perfurações, tatuagens, alargadores, e outros infinitos acessórios de tortura e prazer, adiquiridos nos sex-shops da industría pornô fetichista do demo.
Frases imprevisivelmente óbvias brotam nas telas planas de plasma, letras misturadas no espaço mídia do caos.
Arquitetura do vácuo mental, girando em torno do nada.
Assistimos a tudo desconfortavelmente, devorando alimentos conceituais nas galerias de fast food das feiras de idéias intoxicadas pelo excesso de nexo.




1 comment:

Maristela Trin said...

NÃO!
NÃO ESTÃO SOMENTES NOS ARTISTAS O DESESPERO E A esperança.
Vamos às andaças.
Teu texto é lindo, impulsivo e perfeccionista. Tua intuição vale o ouro e, que eles não consigam transformar esse ouro em barra de poder!
Meu bicho-solto,
meu escritos de palavras vivas...
Sou sincera pra cacete!