Sunday, February 27, 2011


aqui estamos
daqui, pra onde vamos?
sábios deveriam saber,
um sinal seria super,
uma saída com sorte,
...um surto, uma morte,
pra que tudo o que fique reste mais forte,
pra que isso tudo que se escreve
näo vire cinza em alguma fogueira de vaidades medievais
em plena era moderna,
salvem as bruxas, salve os poetas, salve os loucos,
que näo se renderam ao fácil ofício do fóssil de hospício,
engravatado sem ar subindo e descendo escadas da fama ilusória
ambiçäo sufocada no cubículo privado do alto do edifício
onde só se vê fúria e fumaça,
onde a janela embaça e näo tem vista näo tem sonho näo tem graça,
onde o apito estridente avisa que o tempo passa batido
na espera de uma promoçäo sem noçäo de méritos,
despertador ativado, o mundo todo acordado,
pöe teu uniforme e marcha escravo, zumbi assalariado,
vai ser trash assim num filme do Mojica,
melhor ser um chupa-cabra, que um zé ninguém,
vendo a alma mas näo perco a viagem,
que o filme é curto, e a pipoca é cara,
película lasciva de sangue fresquinho na boca do vampiro,
escória da cultura perdida na escuridäo,
pra que tanto talento meu deus?
Se é pra morrer de fome, melhor que seja de overdose entäo.

Joka

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