IMPRESSÕES DA BIENAL

UMA CASCATA DE GUARDA-CHUVAS DESABA DO CÉU

E EU ME MOLHO INTEIRO NA ALMA

ENQUANTO A CIDADE DE AÇÚCAR SE ESPALHA EM DOÇURA

FERRAMENTAS DESCONSTROEM A REALIDADE

OFICINA DE DELÍRIOS E LOUCAS VISÕES DE IMAGENS PERDIDAS

PENSADORES AMORDAÇADOS NAS ESTANTES

IMAGINÁRIO CRAVADO A FERRO NAS PAREDES DO CRÂNIO

VESTIR A PLÁSTICA DEFORMADA

E DESNUDAR A ALMA DE UM FUTURO INSANO

INTERFERIR NO PRESENTE COM A MESCLA DOS TEMPOS

O CENÁRIO GIRA EM TORNO DA PAISAGEM

E A PLATAFORMA ERGUE-SE NO VAZIO

RESTOS DE FANTASIAS, ALEGORIAS DA DESTRUIÇÃO

RITUAIS DE DESORIENTAÇÃO EM MASSA

NAS SALAS DE REUNIÕES VAZIAS

ENORMES FORMAS ALTERNATIVAS DE VIDA

FORMAM-SE NA MENTE DO ARTISTA DESESPERADO

O SISTEMA INDUSTRIAL DA SELVA, DE PEDRA, AINDA SELVAGEM

A CONSEQUÊNCIA DA REVOLUÇÃO DO DESASTRE INEVITÁVEL

UNIR OS OPOSTOS EM BARREIRAS INTRANSPONÍVEIS

ÍCONES DO INFERNO DANÇAM EM NUVENS DE ARAME

PENSAMENTOS BROTAM NAS TELAS PLANAS

LETRAS MISTURADAS NO ESPAÇO MÍDIA DO CAOS

ARQUITETURA DO VAZIO GIRANDO EM TORNO DO NADA

ASSISTIR A TUDO DESCONFORTAVELMENTE

E DEVORAR A ARTE EM GALERIAS DE FAST FOOD

NOS FEIRAS DE IDÉIAS INTOXICADAS PELO SISTEMA SEM NEXO DO EXCESSO.

Gean Queiroz...Bienal de São Paulo...08.10.06