Tuesday, June 19, 2007

CARNAVAL DE HORRORES
OU A SEMANA DE MODA DO INFERNO II

No primeiro dia foi só montar a parafernália culinária e ficar por ali estirado na grama assistindo este interessante desfile fashion metal, alias são dois dos programas preferidos suecos, investir alto na produc,ão do visual, e se jogar em qualquer pedac,o de grama com sol e ficar lá horas feito uma lagartixa, não necessariamente nesta ordem, a música, se é que podemos chamar aquilo de música, não passava de uma quebradeira e gritaria desvairada sem fim, mas era só um esquenta, bandinhas pequenas antes do início oficial do festival no dia seguinte. Temos uma janela vip com visul perfeito para o palco principal, está um sol fritante, e todas essas pessoas de preto devem estar se sentindo feito um hamburguer queimado, a música não para um segundo, termina num palco e comec,a no outro mais adiante, o trailer vibra, é enlouquecedor, a certa altura dá vontade de sair correndo pelo pasto até conseguir encontrar um pouco de silêncio. A única banda que conhec,o e amo que tocou neste primeiro dia foi o Thin Lizzy, tirei meu break e fui curtir o show bem na frente, foi lindo demais, todas as recordac,ões de minhas primeiras descobertas de rock n´roll queimando erva pelos lavrados de Roraima vieram à tona, eu nem sabia que o Thin Lizzy existia mais, eles não tinham morrido todos num acidente de avião? Ou foi o Lynird Skynird ? Ah, sim, os Mamonas Assassinas eu tenho certeza que morreram num acidente de avião.
Eu pulei pra lá e pra cá, e vendi milhões de coxinhas de galinha, acho que o sweden rock inteiro vai cagar fedendo a ovo, aqui fica uma dúvida, será que quem come coxinhas de galinha caga fedendo a ovo? Bom, vou esperar meu estômago digerir essas que devorei, pra ver o efeito e tirar a dúvida. Vi o Meat Loaf cantando velho, gordo e esbaforido, provavelmente com uma ambulância esperando por ele atrás do palco, e de quebra pra encerrar a noite uma lenda da guitarra em plena forma, Toni Yommi, ex-guitarrista do Black Sabbath, com sua nova banda o Heaven&Hell. O Segundo dia foi todo na expectativa do grande show do festival, o Aerosmith iria encerrar a noite, polpei um pouco minhas energias, o que não me impediu de botar um cabelo de fogo, subir no teto do trailer com a bandeira do Brasil, e assistir um showzac,o com puta pôr-do-sol dando pinta pro Sweden rock inteiro, foi o melhor momento de todos, era foto pra tudo que é lado, até que vieram uns seguranc,as me tirar dali, pois minha performance estava ofuscando a banda que tocava no palco principal. Conforme vai anoitecendo o povo fica cada vez mais bêbado, cheguei a conclusão que os bêbados sofrem um processo de regressão e passam a falar a lingua dos bêbesn não dá pra entender porra nenhuma, nem apontar o que eles querem eles conseguem.
Então veio o Aerosmith, o lugar tomado de gente, trinta mil pessoas, uma puta energia, Steven Tyler em plena forma, correndo e agitando mais que qualquer garotinho que passou por aquele palco, o cara sabe tudo, é domínio total, foi um show histórico. Terceiro dia, ressaca braba, sol desvairado de novo, mas Deus é pai, e também deve estar com uma puta dor-de-cabec,a, então a banda que abriu o dia,o Focus, veio calminha, com um jazz rock incrível, com flautas alá Jethro Tull, e um tecladão roubado do Allmann Brothers, foi um dos melhores shows do festival e deu pra levantar o astral pra aguentar mais um dia de zoeira. E põe zoeira nisso, o povo continuava todo espalhado por ali, os penteados ainda estavão intactos, e a cerveja continuava fazendo seu efeito, porque drogas mesmo não viu nada, impressionante, três dias de rockn´roll e nem um baseadinho, nem cheiro, briga também não vi nenhuma, ô bando de metaleiro civilizado sô.
De noite teve sonzeira louca com o Motorhead, que terminou o show explodindo tudo, deu até medo, e finalmente pra encerrar o festival veio o Scorpions, confesso que desacreditei totalmente os caras, esperava uma banda mais foda pro grand finale, mas estava redondamente enganado, os caras estavam totalmente frenéticos, descontrolados, alucinados, cheios de qualquer coisa que eu não sei o que , mais devem ter ingerido esse não sei o que até pelo cú, a coisa foi louca mesmo, e não terminava de jeito nenhum, o povo não deixava eles irem embora, nem eles demostravam cansac,o depois de quebrar tudo e saírem do palco, pegavam mais um pouquinho do não sei o que lá trás e voltavam ainda mais animados, foram simplesmente cinco retornos ao palco, cada vaz que terminava era uma apoteose, realmente encerrou o festival em grande estilo, e depois de centenas de coxinhas, e quibes e croquetes depois, e nenhum baseado, estava na hora de voltar pra casa, abastecido de rockn´roll na veia até os próximos……bem daqui quinze dias tem mais um festival, e vamos ver quais são as tribos que estarão por lá.


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